Três docentes da Universidade Rovuma (UniRovuma) encontram-se desde Domingo último, 27, na Alemanha, para um intercâmbio académico com os seus homólogos daquele país europeu, no âmbito do projecto de mobilidade Erasmus + KA 171.

Trata-se dos Prof. Doutores Calawia Salimo, Feliciano José Pedro e Ermelinda Mapasse, os quais, durante a sua estadia naquele país, vão participar em intercâmbio académico sobre Contacto e Variação do Português em Moçambique e Ensino de Línguas Estrangeiras.

Os docentes, todos da Faculdade de Letras da UniRovuma, terão encontros com os seus hospedeiros do Institut fur Romanistik, da Universidade de Leipzig, com vista à preparação de projectos de pesquisas conjuntas.

A Erasmus + é uma instituição europeia que tem financiado bolsas de estudo aos cidadãos de diferentes países do mundo, tendo a Universidade Rovuma beneficiado de financiamentos para diferentes programas virados à educação e ensino.

A Universidade Rovuma (UniRovuma) está a realizar Feiras Tecnológicas nas suas unidades orgânicas, com a finalidade de descobrir cientistas do futuro, incentivar a produção e divulgação de conhecimento científico-tecnológico desenvolvido nas escolas de baixo escalão.

As feiras são realizadas nos Institutos Superiores de Desenvolvimento Rural e Biociências de Niassa, de Recursos Naturais e Ambiente, de Cabo Delgado, e de Transporte, Logística e Telecomunicações de Nacala, em parceria com os Serviços Provinciais de Acção Social (SPAS) de cada província.

Os eventos decorrem sob o lema “Feiras Provinciais de Ciência, Tecnologia e Inovação”, sendo o resultado de um Memorando de Entendimento (MdE) rubricado entre os SPA’s e a Faculdade de Engenharia da Universidade Rovuma, abarcando os ensinos do primeiro e segundo ciclos do ensino geral ou técnico profissional e as Universidades moçambicanas.

A Profa. Doutora Alice Frei, directora do ISDRB, e a directora do SPAS do Niassa, Berta Mónica Polela, foram as anfitriãs do evento, no qual participaram a Secretária Permanente Provincial, Lina Portugal, alunos, expositores seleccionados em diferentes escolas dos distritos da província e diferentes individualidades.

A Secretária de Estado exortou aos presentes para apoiarem e incentivarem o ensino e aprendizagem numa perspectiva dinâmica e interactiva, utilizando recursos e outros instrumentos locais para produzir conhecimentos científicos que levem ao desenvolvimento da província de Niassa, em particular, e do país, em geral.

“Actualmente, o mercado exige a incentivar a formação de engenheiros que tenham gabarito nacional e internacional, capazes de transformar recursos e as potencialidades que  Moçambique tem em produto final”, acrescentou Lina Portugal.

“Mesmo que não existam laboratórios especializados”, frisou Portugal, “a nossa natureza é um laboratório, o ambiente em que vivemos é um laboratório e podemos usar o meio que nos rodeia para que desenvolvamos nos nossos estudantes a terem habilidade de saber fazer”.

Na opinião da Secretária de Estado, para garantir o uso dos recursos de que o país dispõe é necessário que os resultados da investigação cientifica, da inovação e do desenvolvimento tecnológico sejam traduzidos na criação dos serviços e novos processos melhorados a serem colocados no mercado, contribuindo, deste modo, para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), fazendo com que se reduzam as importações.

Lina Portugal exortou aos actores da educação em Niassa para promoverem, nos alunos, o gosto pela leitura e ciências naturais, realizando mais feiras tecnológicas nas escolas, cabendo às Universidades ir ao encontro dessas instituições para dialogarem com os discentes com o fim de lhes incutir a necessidade e a vantagem pela aprendizagem.

No ciclo das graduações de quadros superiores que a Universidade Rovuma (UniRovuma) está a realizar desde o dia 18 de outubro, esta instituição de ensino superior lançou ao mercado de trabalho, na última Sexta-feira, na cidade de Montepuez, em Cabo Delgado, mais de 200 graduados formados em diversas áreas do saber.

Segundo dados do Registo Académico da UniRovuma, apresentados pela respectiva directora, Profa. Doutora Elisa José Maria, são no total 224 licenciados, 126 dos quais mulheres, números que tanto regozijaram os presentes por considerarem que o género feminino está engajado na sua própria formação e a ganhar espaço na sociedade moçambicana.

É nesse contexto que o Secretário de Estado da província de Cabo Delgado, António Supeia, considerou que o maior número de mulheres licenciadas pela UniRovuma demonstra a “batalha” destas rumo ao equilíbrio de género, facto que é acompanhado pela sua sagacidade e comprometimento.

“Estes números demonstram que, de facto, a mulher está empenhada na construção de uma sociedade equilibrada e promotora de valores cívico-morais que sejam usados por todos para o desenvolvimento das nossas comunidades”, sublinhou António Supeia.

Por seu turno, o Magnífico reitor da Universidade Rovuma, Prof. Doutor Mário Brito dos Santos, considerou que a predominância do número de mulheres em relação ao de homens reflecte o crescente empenho das mulheres desta região, em particular, e do país, em geral, para ultrapassarem os tabus e as barreiras na sua formação.

Num outro passo da sua intervenção, Brito dos Santos afirmou que a instituição que dirige está empenhada em continuar a empreender os esforços para tornar a UniRovuma numa instituição de referência nacional e internacional, tendo como suporte o seu Plano Estratégico 2023-2032.

“Um dos projectos transversais que começamos a implementar neste ano, na base do nosso Plano Estratégico, é o da capacitação dos estudantes, docentes e corpo técnico-administrativo em língua inglesa, para catalisarmos as actividades em quase todos os domínios deste plano, em especial o eixo da internacionalização”, explicou o reitor da UniRovuma.

Dos Santos fez saber que a UniRovuma está a criar condições para que as unidades orgânicas académicas estejam mais capacitadas em matéria de elaboração e gestão de projectos financiados com fundos externos, uma vez que a instituição não pode, apenas, depender do Orçamento Geral do Estado.

A Universidade Rovuma passou a ter o seu próprio sistema de gestão académico e financeiro, depois de concluída a transição do mesmo da Universidade Pedagógica de Maputo (UP – Maputo) para a UniRovuma, na base de um acordo assinado, recentemente, entre estas duas instituições públicas de ensino superior.

O acordo foi chancelado na cidade de Maputo, entre os reitores da UniRovuma e da UP-Maputo, respectivamente, os Prof. Doutores Mário Jorge Brito dos Santos e Jorge Ferrão, os quais manifestaram a sua satisfação pelo trabalho desenvolvido pelas equipas de Registo Académico e técnicos das TIC’s das duas instituições.

Com a transição ora concluída, descrita como pacífica e segura, a UniRovuma passa a gerir o seu próprio sistema, designado Sistema de Gestão Universitária da Universidade Rovuma (SIGEUR), saindo do anterior SIGEUP, Sistema de Gestão Universitária da Universidade Pedagógica.

Falando a este Boletim Informativo dias depois da cerimónia, o Magnífico reitor da UniRovuma afirmou que a instituição que dirige deu um salto significativo em todas as vertentes, rumo à consolidação de uma academia mais forte.

O sistema, segundo Mário Jorge dos Santos, permitirá à Universidade fazer um melhor e eficiente controle de processos no Registo Académico, na área financeira, nas pesquisas e trabalhos científicos, entre outros serviços pertinentes da instituição.

A Universidade Rovuma existe há cinco anos depois da reestruturação da antiga Universidade Pedagógica de Moçambique. Desde essa altura até então, o sistema de gestão era gerido pela actual Universidade Pedagógica de Maputo.

Contudo, pouco tempo depois, outras instituições que resultaram do processo de reestruturação da UP – Maputo adoptaram o seu próprio sistema.

Procuramos saber do Prof. Brito dos Santos as razões dessa demora, ao que nos respondeu: o sistema foi transferido tardiamente porque os quadros da UP-Maputo não estavam disponíveis, pois alguns foram à reforma e outros transferidos para outras instituições públicas e/ou privadas. Até março último já teríamos o nosso próprio, infelizmente isso não ocorreu pela razões mencionadas.

A UP – Maputo criou todas as condições para que o sistema de gestão passasse à Universidade Rovuma, facto louvado e elogiado por Brito dos Santos, o qual sublinhou esperar que este intercâmbio inter-universitário prevaleça por mais tempo.

Por outro lado, a fonte deu a conhecer que a Universidade Rovuma adquiriu recentemente um conjunto de servidores físicos, integrados num datacenter, para reforçar os seus serviços institucionais, mantendo o sistema operativo na nuvem. Este investimento, que inclui a infraestrutura do datacenter, teve um custo significativo, variando entre 6 e 12 milhões de meticais, segundo fontes da instituição.

Com estes novos equipamentos, foi possível transferir todos os dados dos estudantes que já concluíram os seus estudos na UniRovuma, com excepção dos da antiga Universidade Pedagógica. Com o novo sistema, as acções de controle são muito mais sofisticadas, com ele evitam-se fraudes e vamos melhorar a segurança dos nossos meios de verificação para não serem invadidos por piratas cibernéticos, rematou o Prof. Mário Jorge Brito dos Santos.

Na assinatura do acordo para a transição do sistema, o Prof. Brito dos Santos fazia-se acompanhar dos Prof. Elisa José Maria, directora do Registo Académico, Adelino Assane, Assessor para o Desenvolvimento Académico e Institucional, os Mestres Bruno Alfredo Gamito, director das TIC’s, Isidro António Jorge, chefe de Departamento no Registo Académico para a área de Certificação, e Leonel César Brito dos Santos, chefe de Departamento na Direcção das TIC’s.