A UniRovuma acolhe o III Fórum sobre Acção Humanitária e Responsabilidade Social

Pela segunda vez em cerca de três anos, a Universidade Rovuma acolheu, no seu Centro Cultural, na cidade de Nampula, o III Fórum sobre Acção Humanitária e Responsabilidade Social, um encontro que foi antecedido da outorga do grau de Doutora Honoris Causa à Isaura Ferrão Nyusi, esposa do Presidente da República.

O terceiro Fórum decorreu sob uma grande expectativa, a avaliar pela qualidade das presenças e dos oradores seleccionados, pontificando o Secretário-geral interino da Frelimo, Daniel Chapo, os Prof. catedráticos Severino Ngoenha, Armindo Ngunga, Jorge Ferrão, Filimone Meigos, e outros palestrantes de peso, que apimentaram o evento com uma outra performance.

O encontro aprofundou, por um lado e pelo teor das comunicações apresentadas, a simples discussão de como diferentes intervenientes devem fazer para garantir apoios que salvem a vida de milhares de moçambicanos acometidos por várias adversidades, tais como as cheias, secas, inundações, acções terroristas no Norte do país, entre outras intempéries.

Por outro, o assunto extravasou para discussões actuais, quer de âmbito político, quanto económico, pois estes pontos, de uma forma e/ou de outra, contribuem para a perpetuação dos cenários que, presentemente, ocorrem e afectam milhares de moçambicanos em todo o país.

Por exemplo, na tarde do primeiro dia do encontro, pois a manhã estava reservada à cerimónia de outorga do título honorífico à Isaura Nyusi, estiveram em “choque” o Prof. Severino Ngoenha e o Secretário-geral do Partido Frelimo e advogado Daniel Chapo.

Num tom filosófico e crítico de que lhe é característico, Ngoenha, depois de “mergulhar” nos anais da história sobre o surgimento do homem e de múltiplas “capas” que fazem o seu percurso até aos dias actuais, sublinhou que o mundo enfrenta, actualmente, desafios tecnológicos e científicos, e Moçambique não se pode alhear a essa realidade crua.

Estamos a persistir em que continuemos agarrados a séculos passados, em que imperava o homem primitivo, sendo necessário seguir os mais desenvolvidos, mas que isso não signifique a subjugação do homem pobre ao homem rico, isto é, do mundo pobre ao mundo altamente desenvolvido, anotou Ngoenha.

Como uma das formas de ultrapassar essas mazelas e aquilo que, aparentemente, foi “uma provocação” ao Secretário-geral e candidato presidencial, o Prof. Ngoenha reiterou que gostaria de ver incluídos nos manifestos eleitorais dos políticos quatro pontos, que considera pertinentes para que a acção governativa de quem venha a dirigir o país triunfe ou logre sucessos.

Para o orador, que é, igualmente, Magnífico reitor da Universidade Técnica de Moçambique (UDM), para que a governação futurista vença é imperioso que se renegoceiem os contratos de exploração dos recursos naturais, que o Fundo Soberano não seja gerido pelo Banco de Moçambique porque a instituição não é auditada, que se descentralize mais o poder e que se aposte muito mais na libertação do judiciário, na educação e na saúde.

Só assim é que poderemos sair da actual realidade em que nos encontramos, acrescentou Severino Ngoenha.

Já o Secretário-geral da Frelimo, como que a responder ao reitor da UDM, afirmou que o candidato do partido às presidenciais é advogado e poderá intervir, na base da legislação existente, em tudo o que for prejudicial à Moçambique e ao seu povo.

Não se preocupe, Prof. Ngoenha, em relação aos contratos que acha que foram mal celebrados. Eu próprio, para além de ser político, sou advogado, sublinhou Daniel Chapo, aplaudido pela plateia.

Chapo considerou, por outro lado, a acção humanitária e responsabilidade social como muito importantes para o desenvolvimento das comunidades, relatando as suas experiências vividas nos distritos de Nacala-a-Velha, Palma e na província de Inhambane de que foi governador, no âmbito de reassentamento das populações.

As Profs. Emília Nhalevilo e Inês Raimundo foram outras oradoras que protagonizaram um intenso debate em plenária, principalmente no que tange ao posicionamento da mulher em acções humanitárias.

 

O Fórum é consequência das acções da UniRovuma

O Magnífico reitor da UniRovuma, Prof. Mário Jorge Brito dos Santos, disse, no seu discurso de abertura do evento, que este constituía uma das consequências do que a sua instituição tem feito na acção humanitária, em coordenação com outras universidades nacionais e internacionais.

Para Brito dos Santos, a UniRovuma adoptou a acção humanitária como bandeira de intervenção, pois integrou-a no processo de formação dos estudantes, promovendo, igualmente, a investigação e extensão em toda a Universidade.

Como parte das suas acções de solidariedade, explicou, a Universidade Rovuma já ofereceu cerca de 150 bolsas de estudo a jovens que perderam tudo em razão das investidas de terroristas nalgumas regiões da província nortenha de Cabo Delgado.

Essas acções são reveladoras de que a UniRovuma tem procurado contribuir para o processo de reconstrução das vidas destes jovens , como forma de salvaguardar o seu futuro, pois eles representam a resiliência e o potencial de desenvolvimento das nossas comunidades, apontou o Prof. Brito dos Santos.

Comunicações como O lugar da Tecnociência nos Desafios Humanitários em Moçambique; O impacto da Responsabilidade Social no Contexto do Desenvolvimento Comunitário; Direitos Humanos, Inclusão Social e Acesso à Justiça em Moçambique; Acção Humanitária, Cidadania e Paz; Responsabilidade Social e Meio Ambiente, entre outros, foram apresentados nos dois dias do Fórum, o qual se realiza pela segunda vez em Nampula, sendo o outro ocorrido em Fevereiro de 2022, no distrito de Inhassoro, na província sulista de Inhambane.

O encontro contou, igualmente, com a presença dos Venerandos Juízes Presidentes dos Tribunais Constitucional e Supremo, nomeadamente, Lúcia Ribeiro e Adelino Muchanga.

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